segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ein Prosit! Oktoberfest in Blumenau!

Olá!

Depois de tanto tempo, cá estou eu, postando meus relatos de lugares por aí. Foram 8 meses sem ir a estrada... como senti falta do asfalto! Luciralda estava deveras entediada com a paradeira, literalmente, dado que a maresia daqui de Fplis tem corroído muitos dos cromos nela (quero nem pensar nos legais que gastarei pra tirar isso), embora a beleza nela esteja no funcionamento do seu motor em "V", e isso o mecânico tratou bem depois da revisão!

Rotinas no doc e outros infortúnios (agosto do desgosto principalmente) me fizeram ficar parado esse tempo, até outro dia, em que pensei "uma hora terei que chutar o balde, senão serei sempre prisioneiro da rotina... parar de fazer tantos planos, e ir! Já era outubro... OKTOBERFEST EM BLUMENAU! Aaahhhhh Blumenau! Como amo essa cidade! Arrumei uma desculpa de amarelo pra ir (papear a respeito de uma casa que aluguei por lá pra semana seguinte), e decidi ir!

Pouco tempo antes, uma couchsurfer daqui de Fplis, a Ju, ficou sabendo que eu ia, e logo disse "vou contigo... partiu!". Em seguida arrumou um couch pra nós... e fomos lá. Tadinha! Não sabia num que tava se metendo, viajar com um fosseiro e passar por desventuras em cima de uma moto, nem meus amigos entendem isso direito, imagina ela, uma mulher geração saúde happy peaple??? (pqp, ela leva soja orgânica prum bar e disse que cuscuz era branco! hehehe #percoamigomasnãopercoapiada). Porém nos primeiros 100 km, confesso que me surpreendi com tamanha calma, e com a sensação de estar gostando de estar a 100km/h numa moto, entre caminhões e carros barbeiros numa BR movimentada!

Bom, entretanto uma combinação de percusso hipermovimentado de caminhões, com acostamentos estreitos e paisagem de poucos atrativos, eu não parei pra tirar fotos do caminho (Nessas horas sinto saudades do Norte o Paraná) - o que vai tornar essa postagem um tanto atípica - e fomos sem parar até Blumenau. Lá chegando, fomos ao centro da cidade... cara! Todo centro de cidade de toda cidade que já fui em minha vida tem cara e clima de centro de cidade! Comércio de "populares", bagunça, desordem, um pouco de sujeira, e no sábado a tarde, com aquele clima decadente de... centro de cidade em dia de sábado. Mas Blumenau? nononon! Primeiro, porque tudo lá é alemão - nomes das ruas, nome dos escritórios de contabilidade em alemão, empresa aérea alemã, arquitetura em enxaimel, até os ladrilhos da rua são bonitos e limpos! (bem verdade que Joinville tb é tudo alemão, e pior ainda em Pomerode, mas mesmo assim o centro tem cara centro!).

Claro, o clima alegre e movimentado se dava por conta do desfile que iria ter algumas horas mais tarde. Um detalhe engraçado que tudo girava em torno disso. As lojas só vendiam chopp, caneca de chopp, roupas e adereços de alemão, independente do que era a loja - loja de bijouteria, de R$1,99, a Havan, até a lojinha da Tim, se recarregasse, você ganhava um chopp! (tem como não amar essa cidade!??). Perambulando e andando pela cidade, outra coisa que a Ju viria a me surpreender: ela mocinha geração saúde happy peaple não reclamou de tanto andar por aí! (eu sempre esqueço que eu gosto de andar, mas as pessoas normalmente não). Embora tenha ficado de mimimi por estar a horas sem comer, e eu andando e a conduzindo a lugares como o museu da cerveja e o cemitério de gatos! haha Enfim, vimos o desfile, e rumamos para casa do "Olávio", o nosso Host! Segue as fotos abaixo




















(reparem no copo do guri! hehe)

Rumando para casa do "Olávio" (mas por que Olávio se o nome do cara é "Otávio"? Não sei!), vi a parte "má" de Blumenau - trânsito e ruas estranhas! Cheias de curvas, com lugares em que fica uma só via do nada, e com aquela sensação de que nunca sabes onde está (me lembra Casa Forte, lá em Recife)... mas f#@%$-se! Amo Blumenau! As pessoas lhe dão cerveja na rua! hahaha. Com alguma dificuldade, chegamos lá... e cara, com 5 min de conversa com Otávio, logo me supreendi com sua simpatia. Na verdade, só tô me fazendo surpreender com as pessoas aqui na postagem né? haha. Um cara espetacular, e logo nos tornamos bons amigos, falando besteira, ao mesmo que tínhamos uma conversa bacana! Enquanto nos preparávamos pra ir a Vila Germânica a noite, meio que do nada chega a Juli, também amiga couchsurfer daqui de SC, já vestida de Frida, com a Samara e mais duas amigas Frida (a Dani e a Jéssica). Velho! O que era pra ser originalmente uma viagem dolorida, acabou se tornando um encontro de amigos (ou melhor ainda, um encontro com um monte de mulher bonita! hahahaha). Logo o Otávio abriu a cachaça que eu o havia presenteado (embora tenha achado forte... as pessoas daqui acham a boa cachaça paraibana forte demais, será eu um cachaceiro inveterado? Yeah!), e fomos pra festa.............. CERVEJA, CERVEJA, ALEMOAS, CERVEJA, ALEMOAS, CERVEJA, ALEMOAS... já disse que amo essa cidade??? hahaha

Brincadeiras a parte, ter boas pessoas por perto, e com cerveja (aahh Bierland, Eisenbahn, Das Bier... ) tudo fica perfeito. E claro, tocou "Banda Cavalinho", pqp, Janaína Vianna, a dançarina, juro que eu não me importo em me casar com ela!

Enfim, já escrevi um monte, tentarei resumir. depois de muita festa, diversão de montão, aventuras de bêbado, alemoas... fomos pra casa, como que as 6 da manhã (acho), fui dormir as 7 da manhã, acordo ao meio dia, e ficamos eu, a Ju e o Otávio conversando a toa, que nem vimos passar o tempo passar até as 16:30h. Ou seja, até arrumar as coisas, e ir comer decentemente comida alemã (carne crua! nada de bertalha!), seria sinal de que iria pegar a estrada a notie... como é cansativo conduzir a noite! E só pra sacanear, cai uma chuva de 5 minutos, só pra acanalhar a viagem. 

A melhor coisa (tá tá, coisas tão boas quanto as alemoas e cerveja, hehe) que tive nessa viagem foram as pessoas com quem tive: a Ju (pessoinha geração saúde happy peaple e que gosta de música ruim, mas de um carisma que cativa, e do tipo que se fica triste em se despedir), o Otávio (definitivamente, um bom "Toddynho" - companheiro de aventuras! haha), a Juli (gente bueníssima, sem frescura, e do tipo, cola nela que é diversão de montão), a Samara (excelente companheira de dança alemã, haha). e uma lástima não ter tido mais contato com a Dani e Jéssica (p.! quem vai embora as 8 da manhã? haha).

E fiquei meio assim, por não ter encontrado a Bruna e o Wolnei (\tempo curto, peço perdao). Mas terão outros episódios blumenauense com eles, certamente.

Música do Dia: The Blasters - Dark Night

Segue da festa e outas abaixo!














sábado, 9 de março de 2013

A Fossa rumo Santa Catarina

Olá a todos!

Faz um tempinho que devo essa postagem aqui, afinal de contas, tem quase 20 dias que fiz essa jornada, e quiçá alguma coisa deva se perder em minha cabeça. Mas pra escrever aqui, tem que ter inspiração, coisa que não tinha a dias! (correria de doc, achar lugar pra morar... enfim, temas externos ao Fossa na Estrada)

Começando... Essa viagem de certa maneira é um marco pra mim, pois eu novamente estava de mudança, pra uma vida nova, conhecer pessoas novas, em outra cidade, e claro, iria tomar estradas nunca antes percorridas! Esse ano irei perambular por um novo estado, com novas paisagens e novas aventuras! (poutz, tô usando muitos "novos e novas" nesse parágrafo, mas acho que a sensação de mudança é essa mesmo - novo!). Todavia, é de mim que estou falando, ou seja, tal transição iria se dar de maneira dolorida. E assim o foi...

O princípio disso foi antes mesmo da jornada começar. Um dia antes, eu fui a Apucarana (aaahhh Apucarana), pois queria me despedir do Artur e família, rever o pessoal por lá, além de já começar a viagem pela BR. Contudo, antes de sair eu esqueci de fechar um dos bolsos de minha mochila, além de não tê-la amarrado direito em Luciralda, daí em Arapongas (meio do caminho), percebi a me$%¨$#, parei, e vi que o meu HD externo não estava mais lá (ainda bem que, na ínfima possibilidade daquilo ter sobrevivido a queda e tráfegos de caminhões, não haviam fotos / videos comprometedoras de minha parte, hehehe). Com isso perdi uns papers importantes, e umas fotos que nunca mais vou rever (p. ex. as da minha colação de grau). Em Apucarana, já cheguei a noite, e não fiquei muito, já partindo no outro dia de manhã cedinho (segue abaixo uma foto minha com o Artur fardado! hehehe).


Parti de Apucarana as 09:00h, e fui por um trecho de estrada espetacular em Mauá da Serra! Cheio de curvas e descendo a serra, pena que não dava pra parar e tirar fotos, por falta de acostamento. Mas pouco depois a desgracera já ia de começar... Sabe-se lá o que se passou nessa minha cabeça estúpida, de sair de uma estrada duplicada, e já sabendo que era só pegar reto até Curitiba, e entrar numa estradinha mixuruca, simples e cheio de carros! Por que fui pensar que Faxinal era a meio caminho de Curitiba? Por que meu deus? Por que Izaque??? Fui perceber muito depois que isso iria dar em me#%¨$¨, e fiz a volta. Resultado, um desvio de 35km de meu caminho...

Claro, como diz o grande artista Rei do Cabaré "é pra doer!!! é pra torturaaaarrr!" (quem quiser ouvir, me peça que eu passo tamanha pérola), não parou por aí. uns 200km adiante, já pertinho de Ponta Grossa, eu paro num posto pra abastecer, e... começa a chover feio - Pingos Grossos e chuva rente. Fico então parado esperando. Até que chega um outro indivíduo, assim como eu - de moto e cheio de coisas amarradas, mas indo em sentido contrário ao meu e logo começamos a conversar. Era o Zé Firmino ("Bicho Bruto!"), e estava indo pra... pra... errr, huh... não lembro o nome da cidade dele, mas era no Mato Grosso, e ficava a 500km de Cuiabá, sentido a Goiás. Por ironia do destino, ele estava vindo de Florianópolis! Trabalhava como garçom na alta temporada, e estava voltando pra casa (ou seja, nem cheguei na cidade, e já fiz os contatos mais decentes possíveis! hihihi). O caba ia viajar por mais 2 dias numa CGzinha até chegar no destino dele. Havia perguntado quanto tempo ele viajou até ali, e ele me disse que umas 6 horas, e indo de boa. Muito isso me alegrou, pois chegaria ainda de dia em Floripa.


Mais ou menos uma hora e meia depois, parado lá e papeando com o Zé, a chuva para de cair, e no horizonte o céu se abriu lindamente. Ainda desconfiado espero uns 10 min, e a nada de chuva. Então resolvemos partir - cada um pro seu destino - com a promessa de tomar uma cerva (free) nesse verão! E claro, depois do papo, a dor voltaria. 5.1km depois, começa a chover!!! PQP, DE ONDE TAVA VINDO AQUELE HORROR DE ÁGUA????? Não tava entendendo, o horizonte o céu tava limpo, e olhei pro retrovisor, o céu atrás de mim estava limpo também, e onde infernos vinha aquela água? 20 km depois acho um posto pra parar, e daí me enxugo, tiro os 2L de água da bota, e dou um suspiro que as minhas roupas na mochila não estavam (tão) enxarcadas. E então analiso a situação... sem nuvens atrás de mim, sem nuvens na minha frente. Daí olho pra cima...Uma nuvem preta dos cão, despejando todo o rancor bem na minha cabeça! Não acreditei! Era pain demais, até pra um fosseiro de vida como eu! Esperei mais umas meia hora, e a chuva deu trégua. Uns 30km adiante, cheguei na parte sem nuvens que tanto via a minha frente, resolvi parar e registrar esse contraste, pra que ninguém duvide de minhas palavras:

(Frente)

(Trás)

Bem, pensei eu, inocentemente que tudo que era porcaria já teria acontecido, e que depois seria só alegria. 
Mas claro, foi começando as tosquices - tinha um Tucson Pretodo Mal, de São José dos Pinhais, que depois da chuva, sempre vinha me seguindo. Era incrível! Eu deixava ele passar sempre, mas do nada, ele parava, e quando olhava no retrovisor, LÁ ESTAVA ELE! Era muito macabro aquilo. E quando ele passava, ele demorava pra ir embora, ficava ali na minha frente, com aqueles farões de olhares do mau! Foi assim até chegar em Curitiba!

Nossa, em Curitiba, fui o caminho empolgado em chegar na região de serra, que fica na divisa entre os estados, pra distrair a cabeça das dores da viagem. Doce ilusão! Logo que chego na BR 101, um trânsito miserável! 35km de trânsito parado! Obras de pista de m$#%#$!!! E pior, essa estrada só tinha caminhão!  Era muito, mas muito, muito caminhão! Mais caminhão que carro (acho que a galera esperta do carro deve pegar outra estrada, pois os carros que tinham, a grande parte tinham placas estrangeiras - ARG, URU e PY). Desviando os caminhões, aquele bafo e calor que exala deles, acabou me secando todo (e como disse, eu havia enxarcado muito antes), acabei ficando perito em cortar os carros no trânsito!

Mas a "cereja do bolo da fossa" ainda estava por vir. Percebo que Luciralda estava com estabilidade zero, então resolvo parar, pra tirar umas fotos (inclusive a do tráfego de caminhões, pra mostrar pros senhores), e vejo que... o pneu traseiro FUROU! Estava eu, no meio do trânsito, e com o pneu furado! Penso então em rumar a 20km sentado no tanque até um posto, e tentar achar um borracheiro, aaahhh essa doce ilusão! Não se tem como conduzir uma Shadow com pneu furado. Andei 1km, e vi que se continuasse, iria ralar no asfalto. Paro em frente a uma obra, e peço ajuda ao segurança, e logo me indica o tel da concessionária da estrada! Pela primeira vez fiquei feliz em ter pago pedágio em minha vida! Ligo e logo chega um guincho. O cara mais mal humorado da vida. Logo diz: posso te deixar na borracharia, mas se tiver fechado, vais ficar na divisa do estado. Pergunto se não teria um posto por perto, pra testarmos um pneu, mas ele logo diz: "se for pro posto, fica lá". Resolvo tentar o borracheiro. 

E lá se vai o meu desejo de cruzar a serra com Luciralda. O faço dentro de uma cabinezinha de um guincho, numas cadeirinhas que parecem acento de Setusa. Cenário fodástico, de nuvens nas montanhas, mas situação broxante.

E assim começa a dor. Paramos num borracheiro. O cara olha pra moto, chama um segundo elemento, que chama um terceiro, que olha, e olha , e olha.... 3 minutos olhando só pra dizer "troco isso não". Então o cara do guincho diz que tem mais um outro por perto. E lá fomos... borracharia bonitinha! Tinha uma roda d'água na frente! Mas o cara olha, e logo diz que não troca! Penso: "fudeu! vou dormir num posto da PFR da fronteira. Então converso com um cara, pergunto se não há uma cidadezinha por perto. Ele  para, fala algma coisa pelo rádio, e diz: "cara, não costumo fazer isso, mas fui com tua cara! Vou te deixar na cidadezinha deposi da fronteira. Lá tem uma borracharia decente..." dito e feito. Uma hora depois, ele me deixa lá, e tem um santo borracheiro salvador, que conserta (e sem cobrar caro!). Daí peguei a estrada direto, e cheguei finalmente em Florianópolis! (pretendia chegar lpa as 17h, chego as 22h).

Ah! E pra ter uma last pain. Antes de chegar na casa do Luiz Fernando (meu host aqui em Floripa, fiquei uns dias na casa dele, e nos conhecemos pelo Couch Surfing), eu peguei uma rua errada, e entrei numa becada com o asfalto sujo de areia e cascalho, resultado = fui parar na chón! Cheguei na casa dele atrasado, ferido, queimado (de sol), sujo e faminto... e fui deveras bem recebido na casa dele! Que pessoas espetaculares, o Luiz (um irmão e companheiro de Heineken que ganhei aqui), a Clarissa (gente hiper, mega, espetacularmente fina!) e o Victor (que fez o melhor macarrão de Floripa! hahaha).

Já falei demais por hoje. Segue abaixo algumas fotitas, o recorrido a a música do dia!

E ah! Passarei um tempo de molho, mas esse ano estive discutindo umas ideias de destinos, viagens e interação com vocês leitores com a Renata Valentini, vai vir coisa bacana por aí (bem provável que vocês escolham isso, mas os manterei informados).

adioz.........

Trânsito de Caminhões

Pneu furado (joguei fora a p. do prego!)

Fim de tarde na Borracharia

Cena Horrível de Luciralda!

Cena fora do contexto - Raditz (a gata daqui), participando do novo post, hehehe

Recorrido (sem o desvio)
http://goo.gl/maps/CAM0I

Música do dia: Molly Hatchet - One Last Ride
http://www.youtube.com/watch?v=xZbAY1kqq00



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Viagem de Ano Novo, Avaré / Carlópolis - Última Parte

Olá!

Finalmente vou terminar os meus relatos dessa última viagem! Ufa! Até eu estava agoniado pra saber quais são as palavras que sairão desta cachola, huahuahauhauhau. (ou se Liana Bohn - adoro esse sobrenome!  - não ficar levantando discussões sobre o teste de Jarque-Behra pra normalidade dos resíduos,  ou falando coisas alegres e coloridas e felizes e alegres e fofas e coloridas e felizes... heheh, mas mesmo assim, "sou uma bênção em sua vida" (BOHN, L.2013)). Vamos lá!

Horas antes de sair de Avaré, dei uma olhada no "maps", pra saber a trajetória pra Carlópolis. Acho que a primeira coisa a desviar do que havia planejado começou aí, pois muito queria ter perdido uma hora na cidade de Piraju-SP, terra de pessoas sensacionais, a citar: a Mariana, a Carla e o Gabriel. Mas o maps apontou que o menor caminho seria passando por cidades como Itaí > Taquarituba > Taguaí > Fartura > Carlópolis. Enfim anotei isso num papel e fui! Afinal, iria economizar uns 30km.

A viagem estava muito tranquila, poucos caminhões na pista, tempo bom... estava tudo indo bem. Até que antes de chegar em Taquarituba, vi logo um sinal de mau agouro - que é o tal do Fiat Uno de cor verde musgo, ou gol bola branco. Sempre que eu vejo um, eu sei que a frente vai ter um comboio, ou um fdp que não anda, ou um outrro que só anda cortando, ou aquele que mais odeio, o desgraçado que fica km´s e mais km´s atrás de mim, e não decide se vai passar, ou se fica. Não, tem que ficar atrás de mim! Mas o mau  agouro foi O MAU AGOURO, pois foram dois ao mesmo tempo (Fiat Uno verde + Gol Bola Branco). Eis o que me acontece: perco a placa a direita que me levaria a Taguaí, e fui uns 10 km em direção a Itapeva (terra do Rodrigo Klocker), e vi que havia algo errado. Até que paro no posto, e me informo que tenho que voltar até Taquarituba e pegar uma outra rodovia...

Ah! Mas o mau agouro não acabou aí, nonononon! Estava eu tranquilo, afinal, só 10km não doem tanto. Mas é de mim que estamos tratando, o negócio tinha que doer! E doeu de sair lágrima de canto de olho, quando vi a rodovia que vai em direção à Taguaí e Fartura........ PQP! M.5$@#%$%$ mais esburacada, maltratada! Nem jumenta véia era tão destratada como aquilo! Já vi estrada de terra melhor que aquilo! Imoral! Fui a viagem toda tenso (pra não dizer com o "fiofó contraído"), com medo de pneu estourar, ou de não conseguir desviar de um buraco grande e meter a fuça no chão / arranhar Luciralda. É com segura certeza que lhes digo que nunca tive medo de ficar em cima de uma moto. Mas eu estava lá, e tinha a grande cautela ao meu lado. Viajei como que uns 70km a 60km/h (80km/h quando a coisa ficava menos pior) e assim fui, e fui, e fui... Toda placa de sinalização que era virada ao contrário (ou seja,, praqueles que vem em sentido contrário) era pixado com algo do tipo "Rodovia do Abandono", "PSDB nos excluíu", "cadê DNIT? Cadê o governo?", e assim ia. Passei por Taguaí, e a coisa não melhorava. Por Fartura, até que em alguns momentos a "fartura" chegou na estrada, mas nada demais, que fosse me trazer conforto, segurança e um sorriso na cara...

Km´s adiante, uma visão muito me alegrou a minha alma fossuda. Chego num trecho de estrada, que era de descida, e numa curva deu pra ver adiante a ponte da divisa dos estados de SP / PR. Que sensação de alívio foi aquilo! Mas melhor ainda, muitíssimo melhor, foi cruzar aquela ponte (que assim como a estrada, também tá zoadinha), e chegar no Paraná... aaaahhhh Paraná! Recebendo-me de braços abertos, de pista bem tratada, e de estrada com árvores floridas (me arrependi de não ter tirado fotos destas árvores, mas segue abaixo algumas fotos).






A seguir foi logo quando cruzei a fronteira!





No Paraná, tudo voltou aos conformes, e tudo que um fosseiro de estrada necessitar ter. Boa paisagem, boa estrada e um espetacular destino para rumar. Carlópolis é a cidade de uma enorme amiga minha - a Karla. Nos primeiros dias do ano passado fui visitá-la, assim o fiz esse ano e provavelmente vou fazer muitas outras vezes. Cidade pequena, mas de pessoas que sempre me acolhem muito bem. A mãe da Karla me preparou um jantar delicioso e sempre sorrindo, o pai dela, o Miguel, é o tipo da pessoa que ficamos triste quando se tem que acabar uma conversa com ele, e a Karla? Pessoa que mais briguei na minha vida, mas mesmo assim, é das pessoas mais doce e adorável que se pode conhecer. Fiquei uma noite por lá, e parti de volta pra Londrina (não sem antes poivar um café na mãe da Karla, hehe) - segue abaixo algumas fotos de Carlópolis


(não podia deixar de pôr esse peculiar lugar, hehehe)






Partindo de lá, posso dizer que cheguei no ápice de minha viagem de moto. Primeiramente, não vi nenhum Gol bola branco, tampouco Fiat Uno verde. E outra, eu peguei um caminho totalmente randômico, quer dizer, sabia por onde ir, mas resolvi adotar uma sugestão de uma lojinha de conveniência de beira de estrada... A MELHOR COISA QUE FIZ. Eu tinha em mente de ir por Andirá, mas o cara sugeriu que, chegando em Santo Antônio da Platina, fosse pra Ribeirão do Pinhal, depois pra Nova Fátima, seguindo então pra Cornèlio Procópio, e Londrina. CARA! O trecho de estrada entre Rib. Pinhal e N. Fátima foi simplesmente o mais lindo, espetacular, sensacional e mágico que já peguei com Luciralda! Eu já sou realizado pelas minhas viagens por ai, mas essa foi muito além dessa minha realização. Foram 70km de uma paisagem espetacular, estrada impecável, com curvas e retas, subidas e descidas na proporção perfeita! Eu não viajando de estrada com uma moto, nononon, eu tava flutuando num tapete mágico, só aproveitando a sensação de simplesmente... viajar! Fui o caminho todo sorrindo, emocionado de tão feliz! Que sensação! Quero sempre poder voltar a fazer tal percusso, de aproximadamente 70km. Perfeito. Eis umas fotos abaixo







 Eis o final em Nova Fátima




Depois daí, aconteceu mais uma desventura (depois da perfeição, o coice né? Ahhh coisas que só acontecem com Dimitri Bessa), mas abstrairei pra não cortar o barato do último parágrafo. Mais uns 100km chego em Londrina. Antes de sair de Carlópolis, estava muito na fossa, já que depois de  "dias e dias viajando, com tantas pessoas legais, tantos lugares novos, e tantas amizades que, embora exista a tristeza de que pouco vou vê-los, mas tenho o privilégio de conhecê-los". Mas estava chegando e não ter ninguém me esperando. Ninguém da família, uma "mulé", ou amigos antigos que me conhecem bem pra compartilhar essas histórias e experiências (não é a toa que existe o "Fossa na Estrada", hehehe). Alguém pra chamar de irmão, pai, amor, ou mesmo de "seu mizera". Esse é uma das coisas que me passava sempre que viajava. E por que digo isso no pretérito imperfeito? Porque depois desses 70km acima relatados, eu dei um belo de um F.%w#$%t-SE pra isso. Desde sempre fui assim, de no final acabar sozinho mesmo, e não sei viver diferente, nem tampouco consigo me imaginar diferente. Sei que tenho amigos de verdade, e uma família que mesmo estando longe, torcem e pensam o melhor por mim. Então basta eu viver tudo isso e pronto. Cheguei aqui sorrindo como a tempos não sorria, e satisfeito com esse meu destino e minha vida de "fosseiro". Como isso foi bom, isso de ficar de alma leve! Fui no Armazém do Café, tomei um clássico sozinho, que café gostoso da p.! E assim se encerrou esse capítulo do "Fossa na Estrada".


Segue abaixo o link com o recorrido desde Avaré / Carlópolis > Carlópolis / Londrina

http://goo.gl/maps/n0bGD
http://goo.gl/maps/Ek9xS

É com um misto de satisfação e tristeza que digo que esse será um dos últimos destinos partindo de Londrina. As próximas desventuras serão agora em Floripa. (a fossa agora vai descer pra SC! hihihihi). Nosso próximo encontro então será a minha mudança do PR pra SC, agora depois do carnaval. Até lá!

Música do dia: John Butler - Ocean (créditos a João Neto por ter me mostrado)
http://www.youtube.com/watch?v=jdYJf_ybyVo